sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Utilidade Pública para uma pós-modernidade internética

Dê um CTRL+C e CTRL+V e publique em qualquer polêmica internética que você observar, seja o tópico sobre Eleições ou Cavaleiros do Zodíaco.
Um oferecimento do blog MarianaContaUm - Campanha por uma internet mais formativa que informativa.

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Engraçado como a maioria dos comentários são feitos por aqueles que não sabem interpretar um texto direito, ou não se interessam nem em ler o texto todo antes de sair esbravejando.

Por favor, independentemente das suas escolhas e convicções, eduque-se! Siga um passo a passo:

1) Aprenda a entender o que foi dito, leia com cuidado e atenção.
2) Reflita sobre o que leu antes de proferir sua opinião sobre o assunto.
3) Quando estiver seguro(a) de que realmente entendeu todos os aspectos do texto, então verifique se seu comentário não é repetitivo, preconceituoso, intransigente, individualista.
4) Não escreva o texto todo em MAIÚSCULAS, use esse recurso com moderação.
5) Coloque-se no lugar do outro, tente entender porque o outro pensa de maneira tão diferente.
6) Estando seguro de ter cumprido todos os passos anteriores, revise o que escreveu, para verificar possíveis erros de digitação. Só então clique em 'Enviar'.
 

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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Metadebate




É claro que a Record está sendo tendenciosa em proteger seu candidato queridinho, e houve tempo para que a emissora propusesse outra data para debate. Isto não passa de desculpa fajuta para evitar uma situação para a qual o candidato de Edir Macedo não está preparado: expor suas propostas de governo. Ele não tem propostas consistentes: podem olhar no site, só há um aplicativo social que funciona como sistema de comentários e sugestões.

E, afinal de contas, não é o Celso Russomanno que está com parto previsto, mas sua esposa. Não é cesariana marcada, é parto normal, o que quer dizer que pode ser, pode não ser no dia do debate, afinal de contas o feto não tem agenda nem relógio pra saber exatamente quando vai nascer. Se isso impede o candidato de ir a um debate, deve atrapalhar muito o restante da agenda política dele também, e se ele não está disponível para ser candidato, também não estará disponível para ser prefeito, ao meu ver. A atual presidente, Dilma, teve câncer em meio à campanha, mas botou uma peruca e fui cumprir sua agenda de candidata!

Quanto ao Serra, ele está em uma sinuca de bico: sua exposição tem desgastado a figura pública e aumentado os níveis de rejeição, mas a falta de exposição com certeza não ganha eleição, tanto é que tucano já está dando adeus ao segundo turno. Serra temia que a rede Record queimasse ainda mais seu filme já queimado ao privilegiar o Russomanno durante o debate. Mas seu não comparecimento teve consequências ainda mais catastróficas para sua campanha, que já estava perdida – até a Sonsinha, como sempre muito sonsa, declarou seu apoio a Haddad no segundo turno.

Quem sai perdendo mesmo são os candidatos ditos "nanicos" que não poderão desfrutar desse momento do debate para expor melhor suas  propostas. Nem sempre são boas, mas pelo menos eles têm alguma proposta, diferente dos dois paspalhos que foram os motivos de cancelamento do debate.

O grande vilão dessa história não é o Serra (a que ponto chegamos, estou inocentando o Serra!), como a Record quer que acreditemos, mas a própria emissora, que é sustentada pelo dízimo e que apoia um candidato religioso escalado pelo seu patrão – um bispo, dono de emissora e ex-presidiário, o Edir Macedo.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Debates

Pra quem, como eu, não pode ver o debate eleitoral Estadão/Cultura/Youtube, segue link para a playlist com os 5 blocos:


Depois que assistir, comento.

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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Bobo, mas meu


Pois é.
Poema.
Meu.
Fofo.
É bobo, mas é meu.

A coisa é que estou trabalhando com um livro paradidático sobre figuras de estilo, e precisava fazer um texto de quarta capa. Fiz o texto, ficou bem legal. Aí, sei lá, acho que os poeminhas da autora me inspiraram, e resolvi fazer um poeminha para a quarta capa, dava o poema para a autora, ela mexia se quisesse, e ficava sendo dela, assim, de presente. Poesia em troca de poesia.

Mas aí acharam melhor não, não podia dar meu poema pra autora, disseram.. Tudo bem, fica pro meu blog, então, né?!


É bom jogar bola
com os amigos da escola,
e brincar de pintura
e de boneca, que fofura!

É legal brincar de herói, de dança...
Brincar, coisa que é coisa de criança:
jogar videogame, fazer de conta,
Girar, girar, igual barata tonta.

Mas brincadeira que não tem fim,
que posso fazer a qualquer hora
com carinho, com risada e sem demora

é tirar as palavras de dentro de mim
pra jogar, trocar, inverter, combinar
e, mesmo assim, nunca, nunca me cansar.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Dor de cabeça

O SUS não serve pra quem precisa de tratamento contínuo: ou você vai num posto de saúde pra receber atendimento imediato e paliativo, ou então vai ao hospital fazer um transplante de coração: não tem meio termo.

Se você for ao posto mais próximo da sua casa porque está com um problema de pele, ou porque tem sinusite, ou por causa de uma enxaqueca, como foi meu caso hoje, simplesmente não recebe atendimento adequado.

Depois de esperar por quase 1 hora vomitando e com uma dor de cabeça dos infernos, num lugar barulhento e iluminado, com um banheiro porco, sou recebida em uma salinha para a "triagem": a enfermeira mede minha temperatura e minha pressão, pergunta se eu tenho alguma alergia e nem olha na minha cara. Anota na ficha "dor de cabeça" em vez de "enxaqueca", apesar dos meus protestos.

Volto para a sala barulhenta e espero mais de 1 hora pra ser atendida pelo médico. Ao questionar por que a demora era tanta, fui informada que às segundas e quartas estava faltando médico. Não é só hoje: toda segunda e quarta falta médico na porcaria do postinho!

Arranjo um lugar pra sentar e enfio minha cara na mochila pra tentar abafar o ruído da sala de espera. Uma senhora ao meu lado me pergunta o que eu tenho, eu respondo. Ela diz "ah, coitada, deve ser muito ruim". Pergunto por que ela está lá e a resposta é: "estou com um caroço no seio esquerdo". Não falo muita coisa pra ela, mas fico pensando em quanto o nosso sistema de saúde é péssimo: a pessoa pode ter um câncer e não saber, afinal nem tem acompanhamento médico decente pra fazer um diagnóstico precoce. Até que o câncer já esteja em estado avançado: aí a pessoa vai a um posto de saúde tratar de um problema sério e fica horas sentada esperando por falta de médico.

Ela é chamada um tempo depois e eu volto a enfiar a cara na mochila. Quando finalmente chega minha vez de falar com o médico, ele se comporta como se eu nem estivesse ali: parece que tem uma coisa qualquer muito mais interessante na minha ficha que em mim. O cara me pergunta: "então você está com dor de cabeça?". Explico que não, que estou com enxaqueca e que tenho tido crises mais frequentes nos últimos meses. Falo os nomes dos remédios que tomei nessas crises (quase todos comprados sem receita).

Aparentemente, além de não ter a capacidade de me ver, o médico também não consegue me ouvir. Me receita um remédio que eu já tomei e ainda tenho em casa, e que sei que não me ajuda muito. Pergunto se tem algum outro que ele possa me receitar e ele diz "Tem um mais caro, mas você não vai conseguir aqui na farmácia do posto, precisa comprar". Peço para ele me passar a receita, ele escreve alguma coisa ininteligível no seu receituário, arranca uma folha e me entrega.

Peço um atestado médico e ele diz para eu pegar na recepção. Saio para o salão barulhento menos de cinco minutos depois de ter entrado na salinha do médico. Peço um atestado e a moça diz "a gente não fornece, tem que pedir pro médico".

Resmungo, viro as costas e vou embora pra casa, curtir minha enxaqueca em paz.